Os dias passar a correr na cidade que nunca dorme. Começo amanhã a minha sexta semana de trabalho e aos poucos começo a ter algum controlo sobre a minha rotina diária, com cada vez menos coisas para tratar e cada vez mais tempo para mim.
Continuo com a impressão que NY é um bicho que se alimenta dos sonhos da milhões de pessoas. É um ser que se alimenta e cresce dos sonhos, sustentando sonhos actuais e plantando as sementes dos sonhos ainda não sonhados.
Lentamente, consigo levantar a cabeça acima da floresta de gente com quem me cruzo, e olhos por entre os ponteiros do relógio que corre cada vez mais ritmado. Entre eles começo a ter tempo para pensar no meu próprio alimento. Noto em mim uma alteração no padrão diário, como se a procura desse alimento fosse feita com um espirito mais consumidor. Consumo mais aqui. Consumo tudo. Tal como uma célula consome mais energia para realizar os seus processo metabólicos, num organismo em que existe. Liberto mais calor...
Consumo mais música. Compro mais música. Consumo mais imagens. Compro revistas. livros de arquitectura. Alimento-me com os sonhos que NY me injecta para eu gerar os sonhos de ela se alimenta. Compro roupa de marca, agasalhos selectos para um calor escaldante, e para o qual contribuo com a minha infima parcela.
Comprei um livro de poesia. Alimento-me talvez com mais sabor, e refreio a produção de nutrientes para a maçã. Tinha 22 anos, o jovem Leonard Cohen quando escreveu "Let us compare Mythologies".
Não sei quem vai vencer, se eu se NY. Mas agora não estou indefeso e preparo o assalto a ilha infernal com barcos de combate.
IÇAR AS VELAS COMANDANTE COHEN.
É que primeiro tomamos Manhattan, depois tomaremos Berlim!!
The Warrior Boats
The warrior boats from Portugal
Strain at piers with ribs exposed
And seagull generations fall
Through the wood anatomy
But in the town, the town
Their passion unimpaired
The beautiful dead crewman
Go climbing in the lanes
Boasting poems and bitten coins
Handsome bastards
What do they care
If the Empire has withered
To half a peninsula
If the Queen has a King's Adviser
For her last and seventh lover
Their maps have not changed
Thighs still are white and warm
New boundaries have not altered
The marvellous landscape of bosoms
Nor a Congress relegated the red mouth
To a foreign district
Then let the ships desintegrate
At the edge of the land
The gulls will find another place to die
Let the home ports put on mourning
And little clerks
Complete the necessary papers
But you swagger on, my enemy sailors
Go climbing in the lanes
Boasting your poems and bitten coins
Go knocking on all the windows of the town
At one place you will find my love
Asleep and waiting
And I cannot know how long
She has dreamed of all of you
Oh remove my coat gently
From her shoulders.
Leonard Cohen (1956)
Sunday, July 8, 2007
Saturday, June 16, 2007
Money for Nothing...
As mudanças realizaram-se rapidamente e foi bastante divertido. Mas de facto, esta minha vidinha de Phd student, não me está a fazer bem ao físico e não tenho forcinha nenhuma nos braços. Facto que aqui em NY é de destacar porque o pessoal é todo quitado, é culturistas em todo o lado! Grande parte deles são é gays e é sempre giro ver um gajo enorme com t-shirt cor-de-rosa, com biceps da largura das minha pernas, a passear um cãozinho micróbio chamado Sissi...
O processo de mudança era simples. Eu tinha a minha mala, e o Francisco e a Cris tinham... 15 caixas, malas e sacos. Eu e o Francisco fomos carregando as malas entre a Bleeker e o inicio da Quinta Avenida, para a nova maison. A nova casa era mesmo no inicio da 5th, logo à saida da Washinston Square por isso era perto e a unica coisa que era necessário fazer era atravessar o Washington Park. Fomos fazendo a coisa em várias viagens, cada uma delas com algumas paragens pelo caminho para recuperar forças.
O Washington Park é um dos pontos mais engraçados de NY porque grande parte dos edificios da NYU ficam nas redondezas e é por isso intensamente frequentada por estudantes. É uma praça larga com um arco enorme construido em honra de George Washington e onde se encontra inscrita a frase:
"LET US RAISE A STANDARD TO WHICH THE WISE AND THE HONEST CAN REPAIR THE EVENT IS IN THE HANDS OF GOD?"
Bonito e inspirador!
A praça é o ponto de encontro de muitas tribos locais que emprestam um colorido adicional aos jardins que seria de outra forma sobrios, fazendo-me lembrar um pouco a Praça de S. Lazaro no Porto, embora sem as casas de meninas nas imediações. É frequente encontrar grupos de jazz a improvisar no meio da praça, atraindo pouco mais que os olhares de alguns turistas, porque para os locals jazz na rua é normal e toda a gente é uma estrela. Mas há também ilusionistas, vocalistas, homens estátuas, homens a fazer de robots com ferrugem e tudo, muita coisa.... E esquilos! Muitos esquilos a saltitar de um lado para outro!
Na semana passada a praça foi palco de um encontro de Hare Krishnas, daqueles tipos todos coloridos e carequinhas. Realmente foi um momento muito giro, com gente de todas as raças a partilhar um ideal de vida e a trocar experiências, e talvez receitinhas de pratos vegan. Juntou-se tanto poder espiritual naquela praça que teve de se fechar o espaço aereo sobre NY porque a qualquer momento o céu poderia ficar cheio de gajos a levitar!! Isto na América é assim e mais vale jogar pelo seguro!
Poder de levitação era coisa que nos teria ajudado a fazer as mudanças. Depois de duas ou três viagens com os sacos e malas eu estava todo roto, e o Francisco apesar de não admitir, também! Cada viagem era uma tortura com várias paragens, eu para descansar os meus bracinhos e o Francisco para fumar um cigarro. Entretanto, numa destas viagens um tipo musculado de passagem piscou-me o olho...!?!
Gostas de magrinhos oh menaço?? Vai lá dar banho ao cão!... VTF!
Francisco, este parque é muito estanho... Bora lá:
We gotta install microwave ovens
Custom kitchen deliveries
We gotta move these refrigerators
We gotta move these colour tvs
See the little faggot with the earring and the makeup
Yeah buddy thats his own hair
That little faggot got his own jet airplane
That little faggot hes a millionaire
....
O processo de mudança era simples. Eu tinha a minha mala, e o Francisco e a Cris tinham... 15 caixas, malas e sacos. Eu e o Francisco fomos carregando as malas entre a Bleeker e o inicio da Quinta Avenida, para a nova maison. A nova casa era mesmo no inicio da 5th, logo à saida da Washinston Square por isso era perto e a unica coisa que era necessário fazer era atravessar o Washington Park. Fomos fazendo a coisa em várias viagens, cada uma delas com algumas paragens pelo caminho para recuperar forças.
O Washington Park é um dos pontos mais engraçados de NY porque grande parte dos edificios da NYU ficam nas redondezas e é por isso intensamente frequentada por estudantes. É uma praça larga com um arco enorme construido em honra de George Washington e onde se encontra inscrita a frase:
"LET US RAISE A STANDARD TO WHICH THE WISE AND THE HONEST CAN REPAIR THE EVENT IS IN THE HANDS OF GOD?"
Bonito e inspirador!
A praça é o ponto de encontro de muitas tribos locais que emprestam um colorido adicional aos jardins que seria de outra forma sobrios, fazendo-me lembrar um pouco a Praça de S. Lazaro no Porto, embora sem as casas de meninas nas imediações. É frequente encontrar grupos de jazz a improvisar no meio da praça, atraindo pouco mais que os olhares de alguns turistas, porque para os locals jazz na rua é normal e toda a gente é uma estrela. Mas há também ilusionistas, vocalistas, homens estátuas, homens a fazer de robots com ferrugem e tudo, muita coisa.... E esquilos! Muitos esquilos a saltitar de um lado para outro!
Na semana passada a praça foi palco de um encontro de Hare Krishnas, daqueles tipos todos coloridos e carequinhas. Realmente foi um momento muito giro, com gente de todas as raças a partilhar um ideal de vida e a trocar experiências, e talvez receitinhas de pratos vegan. Juntou-se tanto poder espiritual naquela praça que teve de se fechar o espaço aereo sobre NY porque a qualquer momento o céu poderia ficar cheio de gajos a levitar!! Isto na América é assim e mais vale jogar pelo seguro!
Poder de levitação era coisa que nos teria ajudado a fazer as mudanças. Depois de duas ou três viagens com os sacos e malas eu estava todo roto, e o Francisco apesar de não admitir, também! Cada viagem era uma tortura com várias paragens, eu para descansar os meus bracinhos e o Francisco para fumar um cigarro. Entretanto, numa destas viagens um tipo musculado de passagem piscou-me o olho...!?!
Gostas de magrinhos oh menaço?? Vai lá dar banho ao cão!... VTF!
Francisco, este parque é muito estanho... Bora lá:
We gotta install microwave ovens
Custom kitchen deliveries
We gotta move these refrigerators
We gotta move these colour tvs
See the little faggot with the earring and the makeup
Yeah buddy thats his own hair
That little faggot got his own jet airplane
That little faggot hes a millionaire
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Breakfast in America
A Cris e o Francisco foram os porreiraços e aturaram este vosso fiel pendura durante 10 dias até conseguir o meu FABULOSO studio. Além do mais permitiram-me duas coisas adicionais: (i) morar em duas zonas diferentes de NY logo nos primeiros dias e (ii) fazer algum exercicio, que era necessário depois da minha vida sedentária em Amesterdão (ou "sedimentária" tendo em conta a acumulação pneumática proporcionada pela cerveja barata).
A minha primeira noite em NY foi... curta! Eu estava super excitado com as luzes, apesar do jet-lag de 5h. Seriam umas 2-3 da manhã em PT quando o Francisco me veio buscar à Grand Central. Apanhamos o metro enquanto eu alucinava com a o cenário cinematográfico. O metro cheio, com gente de todas as cores, incrivel! Eu julgava que Amesterdão era uma salgalhada mas, comparado com NY, dá para perceber que há uma maioria de dominante de people loirito. Aqui não consigo ainda fazer a estatistica: há demasiadas cores! A Benneton deve ter aqui a sua sede!
Chegamos à Bleeker Street, e subimos até ao 14 andar de uma complexo residêncial onde a Cris e o Francisco tinham um estúdio espectacular com uma varanda incrivel! Depois de alguns arranjos, lá me instalei no sofá-cama! Segunda relatos efectuados no dia seguinte, consta que adormeci instantaneamente.
Acordei pelas 6 da manhã locais, com a luz, com o barulho, com o calor, e com o jet-lag! A Cris e Francisco, dormem mas grande parte da cidade já bombava. Nova York apresentava-se como um monstro composto por 8 milhões de células que que acordam cedo para iniciar um fluxo metabólico diário!
Vou buscar um copo de sumo e vou à varanda ver o nascer do sol.
Bebo lentamente um golo e saboreio o meu primeiro pequeno almoço na america...
Pouco sustento para quem vai já ajudar numas mudanças. É que este é o último dia de Maio e o último em que a Cris e o Francisco podem ficar neste apartamento: vamo-nos já mudar da Bleeker para... a 5th Avenue! :)
I´m a winner, I´m a sinner
Do you want my autograph
I´m a loser what a joker
I´m playing my jokes upon you
While there´s nothing better to do
...
A minha primeira noite em NY foi... curta! Eu estava super excitado com as luzes, apesar do jet-lag de 5h. Seriam umas 2-3 da manhã em PT quando o Francisco me veio buscar à Grand Central. Apanhamos o metro enquanto eu alucinava com a o cenário cinematográfico. O metro cheio, com gente de todas as cores, incrivel! Eu julgava que Amesterdão era uma salgalhada mas, comparado com NY, dá para perceber que há uma maioria de dominante de people loirito. Aqui não consigo ainda fazer a estatistica: há demasiadas cores! A Benneton deve ter aqui a sua sede!
Chegamos à Bleeker Street, e subimos até ao 14 andar de uma complexo residêncial onde a Cris e o Francisco tinham um estúdio espectacular com uma varanda incrivel! Depois de alguns arranjos, lá me instalei no sofá-cama! Segunda relatos efectuados no dia seguinte, consta que adormeci instantaneamente.
Acordei pelas 6 da manhã locais, com a luz, com o barulho, com o calor, e com o jet-lag! A Cris e Francisco, dormem mas grande parte da cidade já bombava. Nova York apresentava-se como um monstro composto por 8 milhões de células que que acordam cedo para iniciar um fluxo metabólico diário!
Vou buscar um copo de sumo e vou à varanda ver o nascer do sol.
Bebo lentamente um golo e saboreio o meu primeiro pequeno almoço na america...
Pouco sustento para quem vai já ajudar numas mudanças. É que este é o último dia de Maio e o último em que a Cris e o Francisco podem ficar neste apartamento: vamo-nos já mudar da Bleeker para... a 5th Avenue! :)
I´m a winner, I´m a sinner
Do you want my autograph
I´m a loser what a joker
I´m playing my jokes upon you
While there´s nothing better to do
...
Thursday, June 14, 2007
La Femme d'Argent
Demorei cerca de 30 minutos até apanhar o autocarro para a Grand Central Station. O Francisco iria buscar-me ai para me dar guarida na minha primeira noite em NY. A saida do JFK é confusa. A zona de Queens, um dos borroughs de NY situado a este de Manhattan é totalmente diferente da imagem que temos de NY dos filmes, que assenta essencialmente na figura de Manhattan. Queens, pareceu-me ser uma amontado de armazens, e de nós rodoviários, confusos para o meu olhar de recém-chegado. Ouvia música no meu iPod, o cansaço começava a pesar.
Aos poucos, o sol punha-se no horizonte, a oeste, por trás de Manhattan. À distancia que estávamos ainda não se conseguia vislumbrar a Sky-line mas à medida que avançavamos e o ceu se tornava mais vermelho escuro, começava-se aos poucos a sentir a luz que provinha de Manhattan. Depois de percorrermos mais alguns quilómetros, em que já teriamos chegado possivelmente a Brooklyn, a Sky-line definiu-se: a vista é impressionate! Torres enormes a rasgar um ceu vermelho de pôr-de-sol. Luzes brancas, luzes vermelhas, luzes azuis, luzes verdes.... Parece que aterrei noutro planeta. Fico longos minutos a apreciar, tal como muitos outros turistas, de boca aberta de espanto! Para o motorista, esta imagem deve ser igual às que tem visto nos últimos 5 anos em que conduz o autocarro mas para quase todos os seus passageiros, a imagem é inacreditável.
Pouco depois entramos no tunel que nos leva a Manhattan. Não sei bem onde estava, mas de repente entra-se na ilha, e entra-se num filme. As ruas, os passeios, as portas de entrada tal como nos filmes. Proporcionam uma estranha sensação de familariadade, um leve sentimento de deja vu, alimentado por décadas de filmes americanos. Tal como nos filmes... agora do outro lado do ecrã.
À minha direita (ou teria sido à esquerda) aparece entre o espaço de dois quarteirões e ao fundo de uma avenida, a figura esguia e hipnótica do Chrysler Building! Que figura incrível com o seu topo metálico, art-deco. O meu iPod ajoelha-se em respeito e oferece-me La Femme d'Argent dos Air. Por dois ou três segundos faço parte de um filme de ficção científico que se desenrola em 2046!.....
O autocarro para: "Grand Central!!" diz o motorista. Alguns passageiros saiem... Vou buscar a minha pesada mala. Pouso-a na esquina e sento-me à espera do Francisco. Ao meu lado a Grand Central Station e o edificio da Metlife! "Fds! Estou na América...."
Aos poucos, o sol punha-se no horizonte, a oeste, por trás de Manhattan. À distancia que estávamos ainda não se conseguia vislumbrar a Sky-line mas à medida que avançavamos e o ceu se tornava mais vermelho escuro, começava-se aos poucos a sentir a luz que provinha de Manhattan. Depois de percorrermos mais alguns quilómetros, em que já teriamos chegado possivelmente a Brooklyn, a Sky-line definiu-se: a vista é impressionate! Torres enormes a rasgar um ceu vermelho de pôr-de-sol. Luzes brancas, luzes vermelhas, luzes azuis, luzes verdes.... Parece que aterrei noutro planeta. Fico longos minutos a apreciar, tal como muitos outros turistas, de boca aberta de espanto! Para o motorista, esta imagem deve ser igual às que tem visto nos últimos 5 anos em que conduz o autocarro mas para quase todos os seus passageiros, a imagem é inacreditável.
Pouco depois entramos no tunel que nos leva a Manhattan. Não sei bem onde estava, mas de repente entra-se na ilha, e entra-se num filme. As ruas, os passeios, as portas de entrada tal como nos filmes. Proporcionam uma estranha sensação de familariadade, um leve sentimento de deja vu, alimentado por décadas de filmes americanos. Tal como nos filmes... agora do outro lado do ecrã.
À minha direita (ou teria sido à esquerda) aparece entre o espaço de dois quarteirões e ao fundo de uma avenida, a figura esguia e hipnótica do Chrysler Building! Que figura incrível com o seu topo metálico, art-deco. O meu iPod ajoelha-se em respeito e oferece-me La Femme d'Argent dos Air. Por dois ou três segundos faço parte de um filme de ficção científico que se desenrola em 2046!.....
O autocarro para: "Grand Central!!" diz o motorista. Alguns passageiros saiem... Vou buscar a minha pesada mala. Pouso-a na esquina e sento-me à espera do Francisco. Ao meu lado a Grand Central Station e o edificio da Metlife! "Fds! Estou na América...."
Tobias, Malaquias e o JFK
Não deixa de ser engraçado ter saido de Amesterdão para ir aterrar em Nova York, território inicialmente colonizado pelos Holandeses em 1625 onde estabeleceram um entreposto e que baptizaram de Nova Amsterdão. Deixei a capital holandesa a correr depois de quase 4 meses de trabalho e de umas últimas 3 semanas de grande stress. Aterro em NY sem perceber muito bem como, ainda meio confuso de tudo o que se passou neste último ano. Fez ontem duas semanas que cá estou e só agora parece que estou realmente a sentir o chão. Como uma nova página num livro, em que se ensaia várias vezes antes de lavrar a primeira palavra...
A viagem desdo o meu Porto foi longa: as cinco horas de diferença horária faziam com que o dia parece longuissimo, com o sol a fugir mais lentamente que o costume. O tarde arrastou-se com uma luz amarela a preencher o avião durante várias horas. Na minha fila de três ia apenas mais um tipo que vinha a ler umas coisas em hebraico. O tipo era mesmo estranho, não por vir a ler as coisas num alfabeto indecifrável mas porque não comia nada do que lhe traziam e ainda por cima quando tirou os sapatos para ficar mais confortável, quase que fez perder a vontade de comer qq coisa que me trouxessem.
Confesso que vinha um pouco assutado com todo o securitarismo que envolve uma vinda aos States. Não sabia se me faltava alguma coisa ou se me iam levantar problemas à chegada. Obter o visto J1 foi um filme com direito a cenas em esquadras, pelo que já estava à espera de tudo. Ou de quase tudo porque a meio da viagem as hospedeiras da Lufthansa distribuiram por todos os passageiros os famosos papelinhos da emigração: os verdes para quem ia de férias, os brancos para quem tinha visto (ou se não era assim era parecido). A mim calhou-me o branco...
Começo a ler, tudo me parece normal... Perguntas do tipo: "Já alguma vez praticou actos de terrorismo?", "Já manipulou explosivos ou armas quimicas ou biológicas?" e coisas do género. Mas houve uma pergunta que me tramou: "Traz consigo produtos alimentares?"... Oh que caraças! E não é que trago... Mas eram apenas dois pacotes de Linguas de Gato, (um pacote tinha o Tobias e outro o Malaquias para quem é fã das Linguas de Gato). Eu sempre que vou para fora gosto de levar alguma coisa portuguesa, muito portuguesa para funcionar como mais uma espécie de cordão umbilicar. Eu sei que é uma mariquice e que sentimentalismos não alimentam a alma, mas pelo menos as Linguas de Gato alimentam o corpo!
Mas e agora? Se digo que sim trago produtos alimentares vou ficar retido à entrada e vou ter de responder a perguntas dos M.I.B. Se digo que não, isto é se mentir, vou ser apanhado, vão-me pedir para abir a mala e vou ser deportado por causa do duo Tobias & Malaquias. O que fazer??? Depois de muito ponderar achei que a verdade é sempre a melhor política (como diria o MacGyver, mas não o Chico Naifas) e decidi por a cruzinha no "Sim: Eu trago produtos alimentares! Por favor PRENDAM-ME!!"
O avião aterrou no JFK por volta das 17h30 locais. Só à saida, a caminho da fila para as "inspecções" é que me apercebi que o avião vinha carregado da pessoas vindas do leste. Aliás, já pude verificar que há imensos cidadãos de leste aqui em NY e só à minha volta no Google há pelo menos 4 russos e 1 sérvio (que por acaso é um curtidola). Tentei chegar rapidamente à fila da emigração. Percebe-se em certas secções do caminho que o tempo deve estar muito quente lá fora, no exterior do JFK.
Havia dois pontos sucessivos de controlo. O primeiro para verificar se se tinha autorização de residência, e o segundo, já depois de recuperar a bagagem para verificar o que trazemos. Depois de 20 minutos à espera, passo o primeiro posto de controlo, sem problema porque tinha o visto em condições. Depois recupero a bagagem e dirijo-me para o segundo. Aqui é que tudo se decidia! Entrego o papel a um polícia na casa dos 30, um jovem tal como eu! :)
Ele olha para mim e pergunta: "Então que é que trazes?", e eu um bocado a medo respondo "Dois pack of cookies?"... E ele olha para mim, sorri e diz "Get out of here!..."
E eu assim fiz....! Um pouco envergonhado pelo ridiculo, mas com a consciência tranquila de ter dito a verdade na terra da liberdade!
À porta do JFK está um calor intenso! Procuro um autocarro para o centro onde o Francisco se encontrará comigo...! Esta noite fico na casa da Crsitina e do Francisco, na Bleeker Street!
A viagem desdo o meu Porto foi longa: as cinco horas de diferença horária faziam com que o dia parece longuissimo, com o sol a fugir mais lentamente que o costume. O tarde arrastou-se com uma luz amarela a preencher o avião durante várias horas. Na minha fila de três ia apenas mais um tipo que vinha a ler umas coisas em hebraico. O tipo era mesmo estranho, não por vir a ler as coisas num alfabeto indecifrável mas porque não comia nada do que lhe traziam e ainda por cima quando tirou os sapatos para ficar mais confortável, quase que fez perder a vontade de comer qq coisa que me trouxessem.
Confesso que vinha um pouco assutado com todo o securitarismo que envolve uma vinda aos States. Não sabia se me faltava alguma coisa ou se me iam levantar problemas à chegada. Obter o visto J1 foi um filme com direito a cenas em esquadras, pelo que já estava à espera de tudo. Ou de quase tudo porque a meio da viagem as hospedeiras da Lufthansa distribuiram por todos os passageiros os famosos papelinhos da emigração: os verdes para quem ia de férias, os brancos para quem tinha visto (ou se não era assim era parecido). A mim calhou-me o branco...
Começo a ler, tudo me parece normal... Perguntas do tipo: "Já alguma vez praticou actos de terrorismo?", "Já manipulou explosivos ou armas quimicas ou biológicas?" e coisas do género. Mas houve uma pergunta que me tramou: "Traz consigo produtos alimentares?"... Oh que caraças! E não é que trago... Mas eram apenas dois pacotes de Linguas de Gato, (um pacote tinha o Tobias e outro o Malaquias para quem é fã das Linguas de Gato). Eu sempre que vou para fora gosto de levar alguma coisa portuguesa, muito portuguesa para funcionar como mais uma espécie de cordão umbilicar. Eu sei que é uma mariquice e que sentimentalismos não alimentam a alma, mas pelo menos as Linguas de Gato alimentam o corpo!
Mas e agora? Se digo que sim trago produtos alimentares vou ficar retido à entrada e vou ter de responder a perguntas dos M.I.B. Se digo que não, isto é se mentir, vou ser apanhado, vão-me pedir para abir a mala e vou ser deportado por causa do duo Tobias & Malaquias. O que fazer??? Depois de muito ponderar achei que a verdade é sempre a melhor política (como diria o MacGyver, mas não o Chico Naifas) e decidi por a cruzinha no "Sim: Eu trago produtos alimentares! Por favor PRENDAM-ME!!"
O avião aterrou no JFK por volta das 17h30 locais. Só à saida, a caminho da fila para as "inspecções" é que me apercebi que o avião vinha carregado da pessoas vindas do leste. Aliás, já pude verificar que há imensos cidadãos de leste aqui em NY e só à minha volta no Google há pelo menos 4 russos e 1 sérvio (que por acaso é um curtidola). Tentei chegar rapidamente à fila da emigração. Percebe-se em certas secções do caminho que o tempo deve estar muito quente lá fora, no exterior do JFK.
Havia dois pontos sucessivos de controlo. O primeiro para verificar se se tinha autorização de residência, e o segundo, já depois de recuperar a bagagem para verificar o que trazemos. Depois de 20 minutos à espera, passo o primeiro posto de controlo, sem problema porque tinha o visto em condições. Depois recupero a bagagem e dirijo-me para o segundo. Aqui é que tudo se decidia! Entrego o papel a um polícia na casa dos 30, um jovem tal como eu! :)
Ele olha para mim e pergunta: "Então que é que trazes?", e eu um bocado a medo respondo "Dois pack of cookies?"... E ele olha para mim, sorri e diz "Get out of here!..."
E eu assim fiz....! Um pouco envergonhado pelo ridiculo, mas com a consciência tranquila de ter dito a verdade na terra da liberdade!
À porta do JFK está um calor intenso! Procuro um autocarro para o centro onde o Francisco se encontrará comigo...! Esta noite fico na casa da Crsitina e do Francisco, na Bleeker Street!
Friday, June 1, 2007
Fim da Série I
O Canhoto termina aqui a Série I decorrida nos estúdios de Amsterdão!
Começa agora a série II, dos mesmos produtores do Sexo e a Cidade!
Canhoto em NY
A produção está ainda a tentar arranjar estúdio, mas é tudo muito muito caro. O plano inicial seria usar estudios em Greenwich Village ou no Soho mas a alternativa finaceiramente viável começa a ser o Bronx! Por enquanto filma-se num estudio emprestado!
Não percam os próximos capítulos!!
Yo yo yo!
Começa agora a série II, dos mesmos produtores do Sexo e a Cidade!
Canhoto em NY
A produção está ainda a tentar arranjar estúdio, mas é tudo muito muito caro. O plano inicial seria usar estudios em Greenwich Village ou no Soho mas a alternativa finaceiramente viável começa a ser o Bronx! Por enquanto filma-se num estudio emprestado!
Não percam os próximos capítulos!!
Yo yo yo!
Canhoto transferido para grande clube americano
Não são ainda totalmente conhecidos os detalhes daquele que poderá a transferência mais mediática do ano. Depois de 4 meses no principal club de Amsterdão, onde jogou na posição de ponta-de-lança, Canhoto terá chegado a acordo com um grande clube americano cujo o nome ainda se encontra no segredo dos deuses, seguindo assim as pisadas de David Beckman que deixou o Real para ir jogar em Los Angeles.
A transferência deverá envolver montantes consideráveis mas o agente do Canhoto recusou-se a dar detalhes afirmando apenas que, e passamos a citar, "foi um acordo bom para todas as partes". Recorde-se que o passe de Canhoto pertence em 50% ainda o Porto GC (Porto Geek Club), cujos responsáveis preferirem também não tecer comentários.
A nossa reportagem conseguiu interceptar Canhoto no aeroporto, à saida para Nova York. Canhoto, rodeado de apertada segurança foi, como habitualmente, fugindo ironicamente às questões mas ficam aqui alguns excertos da entrevista possível:
Reportagem - Canhoto, qual a razão da saída do Amsterdão? Foi difícil adaptar-se ao esquema de jogo?
Canhoto - Bem, a equipa sempre me apoiou muito. Tive alguns problemas no início em adaptar-me ao estilo de jogo dos holandeses, que jogam normalmente em futebol directo e ao primeiro toque. Na verdade, não estava habituado a isso, e toda a minha experiência estava relacionada com tácticas mais elaboradas, talvez menos práticas mas seguramente mais espectaculares.
R - Justifica assim o seu reduzido desempenho no club? Na verdade marcou muito poucos golos... Estava irreconhecível!...
C - Eu não diria "poucos golos". Rematei muito e marquei o número de golos possível num campeonato em que as defesas jogam em linha e sobem muito depressa. Fiquei muitas vezes fora de jogo, e isso não ajudou. Mas a verdade é que o objectivo da minha contratação em Amsterdão era dar consistência à equipa e nisso acho que fui bem sucedido. E logicamente, o Mister gostou.
R - Os críticos dizem que sua presença assidua nos campos de treino de outros clubs da cidade terá prejudicado o seu entruzamento com a restante equipa. Como comenta?
C - Bem, os críticos dizem muita coisa. As minhas relações com elementos de outros clubes, como o Club 11 ou o SF Club (Sugar Factory Club) foram apenas de cordialidade e não interferiram com o meu desempenho. O críticos deviam estar mais calados...
R - Mas houve também alguns problemas com o controlo anti-doping que se diz estarem relacionados. Especialmente no jogos realizados no Vondel Park.
C - Como disse, os críticos dizem muita coisa. Não comento!
R - E quanto a esta transferência. Como surgiu a oportunidade? Apenas por seis meses?
C - Foi tudo muito simples. Houve alguns contactos iniciais, mesmo antes de jogar em Amsterdão e depois as coisas correram muito depressa. Na verdade poderia ter acontecido antes, mas eu e o meu agente decidimos esperar pelo final desta temporada e só agora fazer a transferência. Decidimos fazer as coisas com tranquilidade, muita tranquilidade. Começamos com seis meses e logo se vê....
R - Diz-se que esta foi uma transferência milionária?*
C - Logicamente que uma transferência destas envolve sempre alguns valores mas nada como dizem as revistas. Foi um acordo bom para ambas as partes.
R - E agora já está tudo tratado?
C - Bem está quase tudo. Faltam alguns detalhes mas que iremos tratar com tranquilidade.
R - Mas então? O que falta Canhoto??
C - Falta cumprir-se Portugal!
A transferência deverá envolver montantes consideráveis mas o agente do Canhoto recusou-se a dar detalhes afirmando apenas que, e passamos a citar, "foi um acordo bom para todas as partes". Recorde-se que o passe de Canhoto pertence em 50% ainda o Porto GC (Porto Geek Club), cujos responsáveis preferirem também não tecer comentários.
A nossa reportagem conseguiu interceptar Canhoto no aeroporto, à saida para Nova York. Canhoto, rodeado de apertada segurança foi, como habitualmente, fugindo ironicamente às questões mas ficam aqui alguns excertos da entrevista possível:
Reportagem - Canhoto, qual a razão da saída do Amsterdão? Foi difícil adaptar-se ao esquema de jogo?
Canhoto - Bem, a equipa sempre me apoiou muito. Tive alguns problemas no início em adaptar-me ao estilo de jogo dos holandeses, que jogam normalmente em futebol directo e ao primeiro toque. Na verdade, não estava habituado a isso, e toda a minha experiência estava relacionada com tácticas mais elaboradas, talvez menos práticas mas seguramente mais espectaculares.
R - Justifica assim o seu reduzido desempenho no club? Na verdade marcou muito poucos golos... Estava irreconhecível!...
C - Eu não diria "poucos golos". Rematei muito e marquei o número de golos possível num campeonato em que as defesas jogam em linha e sobem muito depressa. Fiquei muitas vezes fora de jogo, e isso não ajudou. Mas a verdade é que o objectivo da minha contratação em Amsterdão era dar consistência à equipa e nisso acho que fui bem sucedido. E logicamente, o Mister gostou.
R - Os críticos dizem que sua presença assidua nos campos de treino de outros clubs da cidade terá prejudicado o seu entruzamento com a restante equipa. Como comenta?
C - Bem, os críticos dizem muita coisa. As minhas relações com elementos de outros clubes, como o Club 11 ou o SF Club (Sugar Factory Club) foram apenas de cordialidade e não interferiram com o meu desempenho. O críticos deviam estar mais calados...
R - Mas houve também alguns problemas com o controlo anti-doping que se diz estarem relacionados. Especialmente no jogos realizados no Vondel Park.
C - Como disse, os críticos dizem muita coisa. Não comento!
R - E quanto a esta transferência. Como surgiu a oportunidade? Apenas por seis meses?
C - Foi tudo muito simples. Houve alguns contactos iniciais, mesmo antes de jogar em Amsterdão e depois as coisas correram muito depressa. Na verdade poderia ter acontecido antes, mas eu e o meu agente decidimos esperar pelo final desta temporada e só agora fazer a transferência. Decidimos fazer as coisas com tranquilidade, muita tranquilidade. Começamos com seis meses e logo se vê....
R - Diz-se que esta foi uma transferência milionária?*
C - Logicamente que uma transferência destas envolve sempre alguns valores mas nada como dizem as revistas. Foi um acordo bom para ambas as partes.
R - E agora já está tudo tratado?
C - Bem está quase tudo. Faltam alguns detalhes mas que iremos tratar com tranquilidade.
R - Mas então? O que falta Canhoto??
C - Falta cumprir-se Portugal!
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