Thursday, March 29, 2007

É preciso ter lata!!...

Primeiro foi a história da tapetinho para o quarto de banho que o Jarmo queria comprar. Depois foi a sertã que é super fatela e cheira a queimado até quando estamos a fazer arroz. Depois foi história dos DVD... E de certeza todas as outras vezes que fui MITRADO nas lojas turcas e nem dei por isso...

Depois foi aquela notícia de que o Governo Turco tinha lançado moedas de valor irrisório mas que são quase iguais à moedas de 2 Euros da união europeia. Subitamente todas as máquinas de tabaco nas fronteiras turcas ficaram sem tabaco e os donos só juntaram 50 centimos. Até as máquinas de preservativos esgotaram a distâncias de 600 kilometros da fronteira turca, e que se saiba, as vendas de Viagra não acompaharam (segundo a Pfeizer Istambul)!

Ou seja estes Turcos vivem do mitranço. Mas: admitir publicamente que mitram o pessoal é um bocado de lata a mais. Podia fazer a coisa pela calada, à boa maneira dos políticos portugueses ou do apito dourado ou coisa do género, mas não, tem a lata de admitir que vão mitrar um gajo.

Estive a fazer uma investigação nas loja aqui em torno da Javaplein e encontrei esta pérola:



O gajo não podia ser mais explicito....

Mas há mais:

* há a loja de material informático em segunda mão Indromin Anç

* há frutaria Goba Tud (relembre-se que "G" em holandês lê-se "Rh")

* o café Al Gran Gamanss

entre muitos outros...

Realmente, só é gamado quem quer!!
Vocês é que têm razão: só pacóvios branquinhos é que são indrominados.

Por falar nisso: estava a precisar de uns dias de praia... Ai tava, tava! Maravilha!!! Deixa ver como estão as viagens para o Suriname ali na agência "Fikas Em Terrah". A loja tem pinta... Deixa-me entrar... Parece-me que está ali um pacote fixe!!!

Tuesday, March 27, 2007

Os Grandes Portugueses - Errata!!

Agora que estou aqui de novo na Holanda, cabe-me a responsabilidade de, perante os Holandeses, limpar a imagem que os portugueses são um povo que não bate bem da bola.

Então vejam lá esta notícia que saiu aqui na Holanda que não lembra o diabo. Não sei como é que os Holandeses se lembram destas coisas. Como se fosse possível. Desconfio que este Telegraaf é um jornal sencionalista como o Crime ou o 24Horas. E esta do notícia do www.reformatorischdagblad.nl também diz o mesmo! Deve ser uma acção concertada por alguma força do mal! Só pode!

Então não é que este tipos estão a dizer que 41% de votantes no programa os Grandes Portugueses elegeram António Oliveira Salazar como o Maior Português de todos os tempos. Estes holandeses devem estar a delirar!!...

É que toda a gente sabe que os portugueses nunca votariam no Salazar. Aliás, como isto foi logo após ao jogo Portugal-Belgica, só poderia haver um Grande Português! O Ricardo Quaresma! Olha para ele:



Isto é que é o golo dos 3 efes! "Foda-se! Foda-se! Foda-se que o gajo é mágico!" :)

Ou então o Maior Tuga seria mesmo o Filipão. Já o estou a ouvir a dizer: "Párá sei potuguêis tem qui ACREDITAR, né!"

Póh Filipão! Você é qui sábi né! Mas aqui o Canhoto num tá acreditando, nãu! Puuxaaa vida, cara....!

Thursday, March 15, 2007

Sr. Comandante: Voe devagarinho p.f.....

Sábado volto para Portugal para visitar família e amigos!
Como emigrante que sou senti-me tocado pela seguinte música do grande Graciano Saga.



É caso para pedir ao Comandante da TAP para ir devagarinho... Por favor não acelere muito ali à entrada dos Pirinéus, ok? E não se esqueça das luzes. Se tiver sono encoste!! Nem que seja à hospedeira!

Graciano Saga! És maior que a Odissesa: tu é que és a Granda Saga!!

Eu também quero abraçar Portugal!! :)

Slow emotion replay...

Como o aproximar da fatídica data, tem-me surgido à cabeça uma velha canção que será conhecida pra quem ainda se lembram dos The The:

The more I see
The less I know
About all the things I thought were wrong or right
and carved in stone
So, don't ask me about
War, Religion, or God
Love, Sex, or Death
Because....
Everybody knows what's going wrong with the world
But I don't even know what's going on in myself.
You've gotta work out your own salvation.
With no explanation to this Earth we fall
On hands and knees we crawl
And we look up to the stars
And we reach out and pray
To a deaf, dumb and blind God who never explains.
Every body knows what's going wrong with the world
But I don't even know what's going on in myself.
Lord, I've been here for so long
I can feel it coming down on me
I'm just a slow emotion replay of somebody I used to be.

Claro que o meu estado de espírito filosófico só contribuiu para ser indrominado outra vez por um turco!! Comprei uma caixa de CD's quando pensava que estava a comprar uma caixa de DVD's... e paguei como DVD's. Mas o gajo foi habilidoso!

Enfim... Oh Mohamed, tu é que sabes: "You've gotta work out your own salvation!" :)

Monday, March 12, 2007

Ik kook voor de Mensen (Cozinho para o Povo)!

Uma das tarefas que mais me tem dado gozo aqui em Amesterdão, e que só envolve substância lícitas, é cozinhar! Todos os dias, depois de vir do Instituto (onde a comida até nem é má, e quem como eu sobreviveu à cantina da antiga FEUP pode facilmente perceber que eu até posso ficar contente com comida de cantina de um instituto nesta terra das salsichas) passo no supermercado Albert Heijn e faço umas comprinhas para o jantar.

Um dos pontos fortes deste Albert Heijn é a diversidade de condimentos e molhos, motivado talvez por uma clientela maioritariamente proveniente do médio oriente. Se há coisa que não falta são os frasquinhos com os molhos carilados... Umas autênticas bombas! Maravilha...

Com estas munições, tenho burilado um tipo de cozinha que mistura condimentos e técnicas lusitanas com aromas mais orientais e profundamente inspiradores. Não queria deixar de vos apresentar uma das minha últimas receitas:

Frango à Mohamed Canhoto (nome original Kip van Canhoten Turkse)
Tempo de Preparação (20 minutos - rápido e bom!!)

Ingredientes:


1 Zoete uien (cebola branca, daquelas à portuguesa)
1 dente de Knoflook (este prato também quer'alho)
2 colheres de olijf olie
4 roma tomaten, vers en gezond (tomate de rama)
2 kipfillet (aprox. 300 gramas de frango)
1 frasco de doperwtjes met worteltjes (~250 gramas)
1/2 frasco de bruine bonen, já cozido
4 colheres de sopa de zongedroogde tomaat & oregano, de preferência da marca Bertolli (com Bertolli o tomate nunca fica moli)
4 colheres de sopa de Pasanda - mild da marca Patak's (ver figura). Se escolherem "hot" aconselho terem à mão halibut porque vão precisar
1 colher de café de 4-seizoenen peper
mineraalzout q.b.


Patak's - De authentieke bomsaus (O autentico molho bomba)!!


Modo de Preparação:


0) Por música no iTunes, com volume alto q.b.
1) Cortar a zoete uien em cubos finos. Esmagar o dente de knoflook em pedaços pequenos. Deixar alourar tudo com 2 colheres de olijf olie num wok, em lume brando
2) Enquanto isso, cortar os 2 kipfillet em pequenos pedaços
3) Quando a zoete uien estiver alourada, colocar os pedaços de kip fritar o que deve demorar 5 minutos. Para isso deve aumetar-se o lume. Ir polvinhando de mineraalzout a gosto
4) No momento em que o kip parecer bem frito, verter o frasco de doberwtjes com worteltjes e o meio frasco de bruine bonen. A água dos frascos deve também ser vertida. Deixar cozer durante 2 minutos, e adicionar a 4-seizoenen peper
5) Adicionar as 4 colheres de sopa de Bertolli e de Pasanda
6) Deixar cozer durante cerca de 5 minutos, até engrossar.
7) Servir acompanhado de arroz, massa ou pedacinhos de pão integral (a minha opção preferida)

E é só isto! O resultado é este:



Que maravilha este Kip van Canhoten Turkse!! Que pitéu!!

Eu não sei se já vos disse isto, mas eu como cozinheiro sou o Maior!

Só não percebo porque é que ando cheio de aftas há 15 dias...

Há cenas do caraças... :)

Tuesday, March 6, 2007

Goodbye Mr. Salmiakki

O Jarmo mudou-se para outro apartamento... e eu fiquei o único dono destes domínios no bairro indiano. Ele achou que a casa de banho era demasiado má para os 18 meses que vai passar cá e procurou algo melhor. Segundo o que percebi, a nova senhoria é uma rapariga de grandes atributos que terão ajudado o meu amigo filandês a pagar o dobro por uma casa que tem um terço do tamanho desta, mas que pelo menos parece ter um quarto-de-banho melhor. Espero que ele o aproveite bem!... :)

Mas isso agora não interessa para nada até porque eu agora herdei o armário que estava no quarto dele, isto é, de que ele se tinha apropriado por ter sido o primeiro a chegar a esta casa! E assim consegui finalmente - depois de um mês a ter a roupa em sacos plásticos, procurar casar meias no meio de um monte de meias, a gerir meticulasamente a posição dos casacos dentro da mala ou nas costas das cadeiras da sala - consegui, dizia, ter o quarto arrumado. Aqui está uma fotografia do meu novo super quarto:



Ao fundo no canto direito, vê-se o meu novo armário, um pouco desfocado mas com 3 espaçosas gavetas. E assim só fico com um saco no chão: o saco da roupa suja (devidamente fechado!). A mesinha à esquera completa o ar rústico desta assoalhada...

Entretanto o Jarmo deve estar a aproveitar o seu espaçoso quarto de banho, que parece que é tão grande como o quarto. E assim com tanto espaço, se calhar vais ter de dormir em pé ó Salmiakki....

Eh pá Jarmo, não sei se já te disse isto, pá! Tu és o maior!!!

Desta vez até nem te convém nada mas: és o MAIOR! :)

Saturday, March 3, 2007

Morning Glory...

A propósito de química, ultimamente as minhas manhãs tem sido duras lembrando até uma onda um pouco mais hard-core tipo Morning Glory dos Oasis:

What's the story morning glory
Well
(you) need a little time to wake up
Wake up well
What's the story morning glory
Well
Need a little time to wake up
Wake up

Tem sido dificil levantar-me, apesar de acordar sempre relativamente cedo. Nestes paises nórdicos há o hábito de não se ter portadas nem persianas. Há umas cortininhas mas normalmente não são o suficiente para impedir a luz de entrar. Há várias versões para a não utilização de portadas. Uma seria de que nesta terra o sol é tão escasso que tem de ser aproveitado ao máximo. Ha outra explicação que tem a ver com a tradição protestante do norte da europa. E segundo esta tradição, as janelas da casas devem estar abertas para mostrar que não há nada a esconder. Apraz-me verificar que o mesmo preceito é seguido nas saias que as holandesas usam. Justiça seja feita....

Mas voltando à quimica e à dificuldade em acordar, tenho sentido enorme falta de uma substância maravilhosa logo pela manhã: café!! Os meus pequenos almoços são, ou um copo de água e uma bolacha, ou um pouco de sumo e uma bolacha, ou absolutamente nada!! Que caos! :(

Por isso hoje decidi que deveria começar a proporcionar a mim próprio mais conforto, e introduzir no meu sistema logo um chuto de cafeina pela manhâ. Por isso, comprei este engenho, este curioso alambique, onde são destilados noite e dia o choro e o riso. Ei-lo:



Acabei de experimentar o engenho e tirei uma dose. Fraquinha que é para não bater demais! Convém começar devagar...

Oh Antoine, tu é que sabias: "meilleur vie avec de la chimique", não era pá?
És o maior oh Lavoisier! És o MAIOR!! :)

Lavoisier: a verdadeira história

A minha experiência de vida aqui em Amesterdão tem sido verdadeiramente enriquecedora, não só porque tenho tido a possibilidade estar em contacto com visões diferentes da vida, como também, e não menos importante, tenhi vindo a conseguir aperceber-me de algumas verdades do passado da própria Humanidade.

Pois afirmo, embora as provas ainda não sejam sólida, que Lavoisier terá passado grande parte da sua juventude em Amesterdão. Estou a falar de Antoine Lavoisier, o pai da quimica moderna.


Nascido em 26 de Augosto 1743, e filho de uma abastadissima família, o jovem Lavoisier estudou nos melhores colégios de França. A sua paixão pela quimica terá sido em grande parte iniciada através de uma viagem de estudo que fez quando terminou o Colégio.

Na altura, os finalistas dos Colégios faziam viagens até sitios tropicais. A República Dominicana era, na altura, uma provicina espanhola, e o Brasil era português pelo que os jovens francêses iam, na sua grande maioria para uma Guiana, ou para o Canadá (que na verdade era um bocado frio e nada tropical mas parece que a cerveja era barata, tipo Estónia para os filandêses).

Consta que jovem Antoine, sempre sedento de conhecimento, pediu ao pai se ele o deixava antes ir para um sítio onde pudesse expansir as suas capacidades:

"Oh Senhor Meu Pai, poderei eu aproveitar melhor esta viagem de fim-de-curso e ir para um local onde possa expandir os meu horizontes? Eu preferia não ir para a Guina..."

"Oh Toninho, então não queres ir para a Guina? Então e as mulatas? Oh Toninho: olha que vais gostar! Já te contei daquela vez..."

"Senhor Meu Pai" - interrompe o jovem Antoine - "o senhor já me contou várias vezes essa história e como devo ter meios irmãos em todo mundo. Mas eu tenho vontade de aprender. Eu gosto muito de arte e gostava muito de ir a Amesterdão ver os quadros de Rembrandt..."


"Oh filho" - disse o pai que já estava habituado a estes remoques do filho que nunca o acompanhava à casa da Dona Fifi, uma das melhores "Clubes de Cavalheiros" da Europa - "eu acho que se queres ir ver momunentos tinhas melhores sítios, mas vai lá... Vai lá para os paises baixos... Raio do puto, que ainda me vai sair virado!"

E lá foi o jovem Antoine para Amesterdão. Recorde-se que Antoine veio mais tarde a casar com Marie-Anne Pierrette Paulze, de 13 anos, o que só comprova que as suas tendências desviantes começaram cedo. Pela actual moldura penal francêsa, Antoine apanharia de 5 a 10 anos de pena efectiva por pedófilia. Mas na época... era diferente!

Amesterdão era, já na altura, local que gozava de de um estatuto previligiado relativamente a certas mercadorias. Enquanto caminhava de um museu para outro, e sempre no âmbito da sua curiosidade científica, o jovem Antoine foi parando num dos diversos mercados de rua que enchem Amesterdao contacto com toda uma séria de produtos vegetais, pouco vistos em frança. Perante tal diversidade de produtos, e com um espirito científico aos saltos, o jovem Antoine começou logo a fazer experiências!

As primeiras experiências foram com combustão, e foram fulcrais para as descobertas que mais tarde efectuou, acerca do oxigénio. Antoine foi metodicamente queimando toda uma série de plantas, e estudou de perto os gases que delas emanavam. Terá passado nestas experiências cerca de uma semana, mas como ele próprio escreve tão eloquentemente nas suas memórias: "Dos avanços científicos e de toda a claridade espiritual que obtive nessa semana, pouco terá permanecido na minha memória, como que um anjo caído que é forçado a esquecer o caminho de volta ao céu." (in Lavoisier, Antoine, "Etéreas Memórias de Amsterdão", Paris 1792). Muito bonito...

Mas o jovem Antoine, enquanto os seus colegas de curso dançavam nas praias do pacífico, continuava as suas laboriosas experiências. Mas apesar disso Antoiene já estava a ficar mais espigadote. Tinha deixado crescer o cabelo e já não usava aquelas perucas ridiculas aos caracois. Além disso, passava grande parte do seu tempo numa zona da cidade com muitas luzes vermelhas, que segundo ele favoreciam a sua "sensibilidade ocular para a experimentação".

Numa dessas experiências, que envolveram uma espécie de cogumelos nunca vista em França, Lavoisier terá inadvertidamente enunciado a primeira versão daquela que foi quiça a sua maior contribuição para a ciência: o Princípio da Conservação da Massa!

De facto, eram cerca de 4 da manhã e Lavoisier, enconstado às grades de proteção do canal, a descansar da sua científica labuta, e enquanto olhava para uma montra de vermelho ilumindada, terá proferido:

"É pá! Amesterdão é do camano: nada te perde mas tudo te transforma!!


É isso aí oh Antoine, estavas quase lá!
E de facto o único sítio onde perdeste a cabeça foi na Bastilha!!

Cena marada :)