Tuesday, February 6, 2007

O caso do português e do iraniano desparecido

Enquanto chove torrencialmente lá fora e toma este café fatela que pelo menos está quente, vou tentar descrever o misterioso caso do português e do iraniano desaparecido.

Cheguei segunda dia 5 a Amsterdão. O aeroporto de Schipol é caótico com gente de todas as partes do mundo a passar de um lado para outra. Fica-se logo com a ideia que Amsterdão é uma cidade verdadeiramente internacional.

O meu primeiro objectivo era, depois de recolher as malas, procurar forma de ir para o centro da cidade. Uma vez chegado ao centro iria à empresa imobiliaria que me alugou o apartamento, a dividir com um outro português e com um iraniano.

Depois de dar uma volta pela secção de informações acabe por perguntar ao um condutor de autocarro como chegar ao centro de Amesterdão. Ele disse-me que seria melhor ir de comboio. Voltei para o interior do aeroporto, comprei o bilhete numa máquina automática, desci para o piso -1 e apanhei o comboio 10 minutos depois. Só ao tentar entrar no comboio, com corredores bastante apertados é que me apercebi do volume e do peso da bagagem que levava comigo...

Bem, lá cheguei ao centro, apanhei um taxi para a morada da empresa imobiliária, e depois de andar às voltas no quarteirão finalo taxista lá deu com o prédio. Peguei nas minhas coisas e fui a recepção pedir para falar com o meu contacto. Ainda tive de esperar cerca de 45 minutos e passar por uma cena ridícula. Enquanto esperava pela pessoa que não conhecia sentou-se no hall da entrada mesmo ao meu lado uma senhora que esperava também por alguém. Cinco minutos, sai dos escritórios do fundo uma senhora que acena na minha direcção e eu levanto-me, sorridente e aliviado depois de quase meia hora e aproximo-me da senhora que quando está a 1 metro de mim diz: "It's not for you, it's for her...." e eu fico especado de pé a vê-la passar por mim e a ter com a senhora que se tinha sentado ao meu lado. Acho que devo ter ficado um bocado vermelho porque acho que fui bastante efusivo quando a vi entrar. Mas não perdi a calma e usei a técnica do "telemóvel à executivo": sentei-me e peguei no telemóvel e comecei a fazer de conta que estava a fazer qualquer coisa muito importante :)

Não sei se o meu ar de executivo ajudou, mas o que é certo é que 5 minutos depois estava a ser atendido. Assinei o contrato, fui aos correios pagar a renda e a caução e 10 minutos depois estava com a chave do apartamento na mão. O próximo passo era apanhar um taxi até à minha nova casa!

Não foi fácil apanhar o taxi: ainda tive de esperar uns 20 minutos por um taxi livre. Depois lá parou um. Era guiado por um tipo com aspecto de paquistanês. Dissel-lhe a rua e ele teve de ir ver ao mapa. Tendo por modelo de referência os taxistas portuguêsa pensei: "Estou tramado! O gajo vai ver que eu sou estranja e vai fazer o que os taxistas portuguêses fazem aos camones: vou conhecer os arredores de Amesterdão!!"... Mas estava demasiado cansado para reagir e deixei-me ir nas esperança que o gajo lá simpatizasse com mais um emigra como ele, que é o que eu agora sou!

Depois de mais 15 minutos lá chegamos. Parecia uma baixo daqueles construidos logo depois da 2ª guerra mundial. As casas todas em tijolo, todas iguais fazendo uma espécie de círculo em torno de um jardim. O homem lá me tirou a bagagem da mala desejou-me boa sorte e eu ai confesso que me senti confiante e até integrado.

Aproximo-me da entrada: duas portas! Qual das duas é a minha? Faltavam indicações. Tento abrir uma com umas das 3 chaves possíveis do molho que recebi na agência imobiária: não dá! Tento outra: não dá! Tento outra: nem entra! Mudo de porta e repito o procedimento: não dá!!!!! Pronto, é agora que me tramo: as coisas até estavam a correr bem! A tipa da imobiliária enganou-se nas chaves! Toco à porta: ninguém atende! Pronto: vou morrer congelado! Volto a tentar as chaves todas! Nada!!! Fui! Isto até estava a correr bem! Toco mais! Ninguém! Será que devo voltar à imobiliaria! Não seria ridiculo....

Volta a tentar mais uma vez e a porta da direita abre: mas a fechadura roda ao contrário!!!!!! OK! Claro! Eu é que estava a fazer figura de parvo: espero que ninguém tenha visto!!! Será que o iraniano e o tuga estão em casa?

Subo a escada apertadas e muito ingremes até ao primeir andar. Roda a chave. Tudo bem, entro! Mas está tudo um bocado vazio.... A casa é pequena: um quarto vazio, outro semi-ocupado (o iraniano?) a sala tem duas cadeiras e duas mesas. A cozinha é minuscula. O quarto-de-banho é pequeno e não tem lavatório.... :(

E só há dois quartos? Mas nós somos 3? Ah! Eu não quero saber! Eu fico já com este quarto e ou iraniano e o benfiquista que se entendam no outro.... Mas o pior é que nem roupa de cama tenho! Trouxe lençois mas não há edredão!! Talvez consiga ligar o aquecimento??.... Nem isso.
Decidi sair para comprar comida, um edredão e explorar as redondezas. São cinco e meia está a começar a ficar frio........

1 comment:

Isi Isi said...

era para estrear o teu blog mega sócio! bjos e pré-saudades.isa