O meu meio de transporte em Amesterdão tem sido da bicla! É rápido, cómodo (se não chove), é divertido e é até faço exercício: é mesmo uma boa experiência!
E. agora que me aproximo perigosamente dos 31 (ai!!), dá para recordar um pouco as minhas férias de há 20 ou 25 anos (é uma bocado assustador mas já posso dizer isto!!) em que passava o dia a andar de bicicleta na casa dos meus avós em S. Martinho do Campo. Recordo-me que, na altura, passava grande parte do tempo em corridas com o meu irmão, e tinhamos uma jogo muito engraçado que era ver quem acelarava mais e se enfiava contra uns arbustos. Não nos magoavamos muito mas os meus avós ficavam doidos com darmos cabo dos arbustos. Muito fixe, mesmo... :)
Por aqui não me tenho dado mal com a bicla. Faz-me um bocado de confusão não ter as travões de mão e ter de travar com os pés... mas vou andando! E não é nada cansativo porque é praticamente tudo plano, com pistas com piso alcatroado, só para bicicletas.
Mas logo nos promeiros dias, confesso que cometi alguns erros. Já nem falo de pequenos acidentes, como subir um passeio sem querer porque me esqueci que se travava com os pés, ou de não perceber que estava a andar em contra-mão numa pista de bicicletas (ningéum me dava máximos, eu não percebi!!). É que há os semaforos aqui são perigosos....
Em grande parte das ruas há 4 meios de transporte possíveis: veículos motorizados, metro ligeiro (tipo o nosso do Porto mas eles também têm subterraneo e comboio por isso há aqui uma grande difernça nas alternativas), bibicletas e pedantes (pessoas que andam a pé, claro...). Por isso, os semáforos têm ciclos complicados. Primeiros os carros de um lado, depois do outro, depois o metro, depois as biclas, etc... Os cruzamentos parecem árvores de natal com tantas luzinhas a acender e a apagar. O tuga (nomeadamente eu) tem dificuldade em respeitar os semáforos mas o mais engrçaado é que os ciclistas holandêses também. E isso é demasiado estimulo para um tuga desrespeitador de semáforos. Por isso, nos primeiros dias isto era tudo meu e desde que não visse nada avançava.
Tudo muito bem até ao dia em que o Jarmo ia sendo feito em pasta de salmiakki por ter passado ne vermelho, depois de eu ter passado no vermelho porque um holandês também já tinha passado no vermelho... Nessa altura reconsiderei a minha atitude e comecei a esperar nos semáforos.
Mas os ciclos são longos, primeiro os carros depois o metro.... depois ... depois... Ganda seca.
Na semana, a caminho do Instituto, passada encontrava-me num semáforo que estava fechado para os carros, as biclas e os peões. Estava no ciclo de passagem de metro, que entretanto demorava. No semáforo esparava eu e mais uma betoneira amarela, massiva. O tempo passava e estavamos todos com vermelho... mas nada! O metro não vinha... Eu comecei a olhar para o camionista, e pareceu-me um tipo bastante psicopata e por isso deceidi esperar... Esperar... esperar...
Até que desesperei e decidi avançar mesmo no vermelho. Arranquei a todo o gás! Nesse preciso momento, como não poderia deixar de ser, cai o verde para os carros e o camionista psicopata acelera a fundo a sua betoneira que avança decididamente sobre mim! Ao ver-me a cruzar-me à frente dele, o assassino decide acelerar aida mais obrigando-me a fazer uma diagonal em direcção ao centro do cruzamento. E eu a pedalar, a pedalar, cada vez mais rápido para poder fugir à betoneira!!
Consegui safar-me por pouco!! O tipo era marado! Por acaso não buzinou, senão ai ficava surdo! Mas acho que ele não quis buzinar que era para me atropelar sem ninguém dar por isso! Por acaso, haveria registos fotográficos porque um peão anónimo tirou-me uma foto no momento da fuga em diagonal. Deixo-vos aqui este belo instante fotográfico em que pedalava a grande velocidade para fugir da betoneira!!
A legenda da imagem é: "Oh Maior!!! Se te apanho fora da betoneira faço-te em pasta de salmiakki!!!! " :)
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3 comments:
folgo em saber que sobrevives a qualquer coisa! o pormenor do olho fechado está muito curioso! ;-)
Diz-me que estavas drogado!!! Carla S
Esta fotografia que tu aqui exibes com o orgulho de quem, por muito pouco, sobreviveu a uma catástrofe, em tudo equivalente, ao poder nuclear conjunto das bombas de Hiroshima e Nagazaki, deixa-me estarrecido.
Explico (e deixa-me só ‘botar-lhe’ um olhar rápido – pronto, já está):
•O pormenor do olho meio aberto, quando o outro, já não resiste e cede perante o inevitável monstro da realidade que selvaticamente te acossa, denuncia um enorme sofrimento, talvez bem mais atroz do que à partida se poderia imaginar.
•O cabelo em pé, ajuda a perceber a enorme velocidade a que fugias…. Esta velocidade, para alem do frio evidente que aí (Amesterdão) se deve fazer sentir por estas alturas, explica o ruborizado da tua face. Face essa, que deves ter sentido cortada como se de mil facas se tratassem, quando o vento à velocidade do medo vezes a da “loucura frenética da batalha da vida-ou-da-morte” se esbateu contra ti. (poética esta merda!!!)
Enfim, não posso deixar de sentir uma enorme solidariedade, até mesmo compaixão, por ti.
Boa Sorte!!!
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